sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Porsche Cup em Curitiba: como evoluir 5 segundos em dez temporadas

O Autódromo de Curitiba, mais veloz da categoria, é o único além de Interlagos que recebeu a categoria desde a primeira temporada, em 2005. Entre o primeiro recorde, de Tom Valle, e o mais recente, de Ricardo Baptista, a categoria ficou 5.388 segundos mais rápida.

Tom Valle em 2005: primeira pole, primeiro recordista. Foto: Miguel Costa Jr.
Neste sábado, 27 de setembro, a Porsche Cup realizará a quinta etapa da temporada no Autódromo Internacional de Curitiba. Além da disputa pelo título, que tem Constantino Júnior e Ricardo Rosset como concorrentes diretos, a prova gera expectativa por outro motivo: a possibilidade de uma nova quebra de recorde para os 3,695 km do traçado paranaense. Na etapa passada, realizada em agosto no circuito, o bicampeão Ricardo Baptista estabeleceu um novo recorde: 1:20.363, obtido durante os treinos livres. À semelhança de Interlagos, o recorde atual de Curitiba é cinco segundos mais rápido que o primeiro, de 2005.
Ricardo Baptista, atual recordista com 1:20.363. Foto: Luca Bassani.
Esta será a 21ª vez que o Porsche GT3 Cup Challenge se apresenta em Curitiba. Além de Interlagos, é o único autódromo que recebe provas da categoria desde seu primeiro ano, em 2005. Naquela ocasião, foi realizada uma rodada dupla com duas provas extracampeonato. Tom Valle marcou a pole position com o tempo de 1:25.877. Venceu a primeira corrida e baixou ainda mais o recorde ao fazer a melhor volta em 1:25.751 - uma rara ocorrência de o recorde oficial (assim considerado pela FIA como a melhor volta obtida em corrida) ser também o recorde absoluto do circuito. Um ano depois, Xandy Negrão baixou o recorde oficial em quase 1 segundo: 1:24.838. Em 2007, Ricardo Baptista estabeleceu a marca mais rápida do Porsche 911 GT3 Cup "996" em Curitiba: 1:24.619. Estes carros tinham motores de 3,6 litros com 390 cv e câmbio com engates em "H".

Com os Porsche 911 GT3 Cup "997", com motores de 420 cv e câmbio sequencial na alavanca, utilizados entre 2008 e 2010, novos recordes foram obtidos em Curitiba. No primeiro ano, Constantino Júnior foi o piloto mais rápido nesse circuito: 1:23.337. Mas os recordes permanentes para os "997" foram estabelecidos pelo bicampeão Miguel Paludo: 1:23.086 (recorde oficial, em 2009) e 1:22.642 (pole e absoluto, na etapa de abertura da temporada de 2010). Com a primeira dessas marcas, Paludo tornou-se o primeiro piloto a percorrer o traçado a uma média horária acima de 160 km/h. A média atual supera os 165 km/h - Curitiba é o traçado mais veloz pelo qual a Porsche Cup já passou.

Entre 2011 e 2013, a categoria utilizou os Porsche 911 GT3 Cup "997 II", com motor de 3,8 litros e 450 cv de potência. Todos os recordes de Curitiba com estes carros foram estabelecidos no primeiro ano e na sétima etapa da temporada. A melhor marca absoluta desta fase ficou para Constantino Júnior: 1:20.843. Em 2012 e 2013, praticamente todas as etapas realizadas em Curitiba tiveram ocorrência de chuva nos treinos ou nas corridas. Com isso, ficou difícil superar a marca estabelecida pelo campeão de 2011.

Com a estreia dos Porsches 911 GT3 Cup "991", com 460 cv e câmbio com paddle shift, a categoria ganhou ainda mais velocidade. Os recordes oficial e de pole position pertencem respectivamente a Clemente Lunardi e Ricardo Rosset, ambos estabelecidos na segunda etapa de 2014, realizada em maio. Na quinta etapa, em agosto, Ricardo Baptista cravou o recorde absoluto ao fechar uma volta em 1:20.363 em uma das sessões de treinos livres. É esta a marca de referência para os pilotos inscritos para a quinta etapa da Porsche Cup em 2014.

Ao contrário de Interlagos, que passou por pelo menos uma reforma significativa ao longo dos dez anos de existência da Porsche Cup (entre elas, um recapeamento completo em 2007, que por si só tornou a pista mais rápida), o Autódromo de Curitiba permanece praticamente igual desde 2005. A intervenção mais significativa no traçado foi a construção de uma espécie de "guia" no lado interno das zebras do "S de baixa", uma sequência de curvas (direita-esquerda-direita) localizada no final da reta dos boxes. Uma alteração aparentemente sem influência, mas que obriga os pilotos a "desenhar" o contorno do "S" e inviabilizar passar por cima das zebras para ganhar tempo. Nem isso segurou a velocidade dos Porsche.

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