Entre os desafios que o mundo enfrenta no século XXI, talvez o principal deles seja sobre como criar soluções ecológicas e sustentáveis para diminuir a emissão de gases poluentes no planeta. E um dos vilões para este problema é o petróleo. O combustível fóssil que há anos é o principal meio utilizado em veículos tem encontrado concorrentes mais limpos como o etanol e, mais recentemente, a eletricidade.
Carros elétricos. |
Carros elétricos têm se tornado uma realidade cada vez mais comum e acessível em diversos países. Mas e no Brasil? Por que é tão difícil vender carro elétrico em um dos 10 maiores fabricantes de automóveis do mundo?
O mercado de carros elétricos no mundo
Antes de respondermos a esta pergunta vamos entender como isso acontece lá fora. Em países mais desenvolvidos é comum você sair na rua e já dar de cara com um carro que funciona na tomada. A Noruega é conhecida por ser uma grande aliada na busca pela diminuição de emissão de poluentes.
Em 2017, 52% dos carros vendidos foram elétricos ou híbridos, aqueles que funcionam por eletricidade ou outros combustíveis. E não são apenas os carros. Ela pretende, em até 2040, garantir que todos os voos domésticos sejam feitos apenas por aviões movidos da mesma forma.
Outros países também têm dado bons exemplos. A China, que enfrenta sérios problemas de contaminação do ar e tem a maior frota de veículos do mundo, quer que em até 2019 10% de todos os carros produzidos no país sejam elétricos ou híbridos. Estados Unidos, Japão e outros locais da Europa têm seguido o mesmo caminho.
E por que é tão difícil vender carros elétricos no Brasil?
Por aqui esse mercado ainda está em primeira marcha. Segundo o DENATRAN, até junho de 2017, dos mais de 90 milhões de veículos que circulam todos os dias emitindo gases poluentes, apenas 11,638 não são movidos por combustão. Isso representa apenas 0,012% da frota nacional.
E a resposta para entender por quê é difícil comprar um carro desses é simples: o preço. O valor médio de um carro elétrico no Brasil é de R$120 mil. Há 2 principais motivos para isso. A bateria, que corresponde a 50% do valor do veículo e os impostos.
Enquanto em outros países os governos têm trabalhado em políticas públicas de isenção tributária e incentivos ao consumidor, aqui as altas taxas cobradas ainda inviabilizam a popularização desse mercado.
Em 2015, o governo brasileiro isentou os impostos de importação para esses modelos, mas cobra 25% de IPI. Para se ter uma ideia, em um carro popular movido a gasolina, o IPI é de 7%. A ABVE, Associação Brasileira de Veículos Elétricos, vem tentando mudar esse cenário e busca junto ao governo medidas que ajudem a diminuir as taxas cobradas, mas com o país ainda se recuperando de uma crise econômica, é difícil imaginar um alívio fiscal.
Há também outros entraves como a falta de estrutura para o abastecimento, ou melhor, a recarga desses carros. Há poucos locais disponíveis para quem possui esse tipo de veículo, e a maioria está nas grandes cidades.
Em São Paulo, o então prefeito Fernando Haddad concedeu um desconto de 50% no valor do IPVA e a isenção no rodízio para quem optasse por carros elétricos. Iniciativas semelhantes foram feitas em Fortaleza e Belo Horizonte.
Muitas montadoras já anunciaram que possuem diretrizes para diminuir a fabricação de carros movidos a combustão. A Volvo, por exemplo, já anunciou que, a partir de 2020, apenas carros elétricos serão produzidos.
Naturalmente, em poucos anos a globalização fará com que o Brasil também tenha que se adequar a essa nova realidade. Além de contribuir para o meio-ambiente, a substituição gradual da frota por carros elétricos também se mostrará um alívio para o bolso do consumidor.
Enquanto em alguns postos é possível encontrar a gasolina a R$5 o litro, o Model S da montadora norte-americana Tesla oferece uma autonomia de até 400 km e leva cerca de 8h para carregar completamente.
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