Com a maior parte de seus itens fabricados no país, projeto da equipe curitibana Promacchina oferece aos pilotos a mesma performance dos veículos 4x4 importados, a um custo 50% menor.
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O XRC em um treino. |
Motor V6 de 330cv |
Tecnologia nacional no desenvolvimento do carro. |
Além de baixar o custo, a Promachina também se preocupou com o meio ambiente e tornou o projeto sustentável quando possibilitou a reutilização de peças e o uso de etanol e de lubrificantes biodegradáveis nos motores.
O kit que compõe o XRC se adapta à grande maioria dos carros fabricados no Brasil. Os monoblocos fabricados em série são usados como base e recebem, inicialmente, todos os itens de segurança exigidos pela Confederação Brasileira de Automobilismo para a homologação de um carro de rally. A transformação continua com o motor e passa pelo câmbio, caixa de transferência, diferenciais e suspensão.
Câmbio sequencial é nacional. |
O câmbio sequencial usado no XRC é fabricado no Brasil pela Bertolotti, do Rio Grande do Sul, e tem como principais características a grande resistência e a facilidade de uso no momento da pilotagem.
Já a caixa de transferência, que vai acoplada ao câmbio, é composta por vários itens encontrados em veículos Mitsubishi fabricados no Brasil. Ela transmite força para os diferenciais dianteiro e traseiro, que também foram encontrados entre os componentes desenvolvidos no país pela fabricante japonesa.
A suspensão tubular do XRC foi inteiramente desenvolvida pela Promacchina em sua oficina e pista de testes. Ela tem grande curso e, assim, permite que o veículo encare qualquer tipo de terreno com maior estabilidade e conforto aos tripulantes. Entre os componentes da suspensão há apenas um item importado: os amortecedores Baratec, da Argentina.
Outra vantagem oferecida pelo XRC é a facilidade de construção. "A primeira fase do processo, que corresponde às modificações feitas no chassis, tem de ser feita na Promachina, mas depois cada equipe pode fazer a sua própria manutenção sem grandes problemas", finalizou Neves.
Como foi a estréia
Depois de meses de preparação e testes, duas unidades do Xtreme Rally Car partiram para a disputa do Rally Internacional de Erechim, no Rio Grande do Sul, com bons resultados na disputa do Super Prime.
Os dois primeiros são Peugeot 207, mas o projeto se adapta a outros carros. |
No evento que é considerado o treino de classificação do Rally de Erechim, a dupla Mauricio Neves/KZ Morales enfrentou de igual para igual os potentes carros 4x4 das duplas que disputam o Campeonato Sul-Americano - e encerrou a disputa ocorrida no Parque ACCIE com a 7ª colocação entre os 74 carros do grid. Jean Pimentel e Thiago Osternack, que também correm com um Peugeot 207 XRC em Erechim, venceram as duas minicorridas que disputaram pelo circuito de 1800 metros montado no ACCIE e fecharam, invictos, o Super Prime.
Neves e Morales enfrentaram uma quebra na flange (ou tulipa), que liga o semieixo ao diferencial, o que deixou o Peugeot 207 XRC sem tração nas rodas traseiras durante a primeira Especial. Apesar de completar o trecho cronometrado seguinte, a dupla optou por parar antes do previsto afim de não prejudicar a análise de outros componentes do carro.
Já a dupla Pimentel/Osternack saiu da estrada na segunda Especial e ficou presa em uma vala. "Escapamos em uma curva e caímos em uma valeta. Quando conseguimos tirar o carro descobrimos que havia entortado a bandeja e não tivemos como continuar. Isso faz parte do meu aprendizado, já que, assim como o carro, também estou em fase de desenvolvimento", concluiu Jean Pimentel, que fez sua estreia em ralis em 2010.
Um comentário comum às duas duplas que utilizam o Peugeot 207 XRC em Erechim foi a necessidade de "ousar" no levantamento do percurso, levando-se em conta o grande potencial do carro. O modelo mostrou-se muito rápido e recebeu elogios, também, no momento das frenagens. Apesar dos problemas enfrentados hoje, pilotos e navegadores devem voltar a competir normalmente neste domingo, quando serão realizadas as últimas quatro Especiais da prova.
Se os carros do XRC chamaram a atenção nos trechos cronometrados, eles também fizeram sucesso no Parque de Apoio. Além de vários pilotos brasileiros que procuraram conhecer melhor o projeto da categoria - que deve revolucionar o rali nacional -, muitos pilotos estrangeiros foram até as instalações do XRC Team buscar informações.
Como foi o Rally de Erechim
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Gustavo Saba e Victor Aguilera venceram o sul-americano |
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Juliano Sartori e Rafael Sartori, dupla vencedora do Brasileiro |
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Ulysses Bertholdo e Marcelo Dalmut vence Erechim na 4x4 turbo |
1º - Ulysses Bertholdo/ Marcelo Dalmut - Mitsubishi Lancer Evo IX, 41min02s6
2º - Victor Fischer/ Sidinei Broering - Mitsubishi Lancer Evo IX , 42min20s3
3º - Ilo Diehl/ Eduardo Soneca - Mitsubishi Lancer Evo X, 44min04s9.
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Jose Barros Neto e Marco Marini faturam na categoria XRC |
1º - José Barros Neto/ Marco Martini - Mitsubishi Lancer Evo IX 4R, 40min56s2
2º - Maurício das Neves - XRC Peugeot 207, 42min56s2
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Fabio Dall Agnol e Gabrielk Morales vence na 4x2 Super no Brasileiro |
1º - Fabio Dall Agnol/ Gabriel Morales - Peugeot 207, 44min48s6
2º - Luccas Arnone/ Felipe Costa - Peugeot 207, 46min08s1
3º - Marlon Goulin/ Maicol de Souza - Peugeot 207, 47min07s1
4x2
1º - Tiago Mocelin/ Vinicius Anziliero - Chevrolet Celta, 43min40s6
2º - Vanderle Carminatti/ Robson Giacomel - Chevrolet Celta, 46min08s1
3º - Heitor Pavesi/ Giovani Bordin - Peugeot 206, 46min56s2
A próxima etapa do Campeonato Brasileiro de Rali será entre os dias 7 e 8 de julho em passo Fundo, RS.
Fotos: Jose Mario Dias/Camilo Fontana
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